Aneel aponta que furto de energia custou de R$ 10,3 bilhões em 2024
Parte deste valor é pago pelos consumidores
Radioagência Nacional - Por Pedro Lacerda
Publicado em 06/09/2025 11:26
Segurança
© Marcello Casal jr/Agência Brasil

O furto de energia no Brasil, o famoso “gato”, representou um custo de R$ 10,3 bilhões em 2024, de acordo com um relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel.  

Esse tipo de furto é mais comum no mercado de baixa tensão, que é composto por consumidores residenciais, escritórios, pequenos comércios e indústrias.

Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, a Abradee, além do impacto financeiro na conta de luz dos consumidores, essa prática representa um risco para o sistema elétrico porque gera um consumo sem controle da carga distribuída, podendo sobrecarregar o sistema e provocar danos à infraestrutura, além de prejudicar a qualidade do serviço aos demais consumidores. É o que explica o presidente da associação, Marcos Madureira.

"Parte significativa desse desvio de energia elétrica praticado naquelas áreas onde as distribuidoras terminam não tendo acesso. São áreas que têm restrição de operacional, onde o crime organizado impede a ação da empresa, impede não só da distribuidora, mas outros prestadores de serviço e utiliza dessa limitação de atuação da empresa para poder explorar a população. Ou seja, áreas em que não existe a condição da empresa atuar."

Marcos Madureira explica que  quase um terço de todo o prejuízo é assumido pelas próprias distribuidoras e o restante acaba entrando na tarifa de energia elétrica dos consumidores.

A associação elaborou um estudo em que detalha a complexidade e os desafios impostos por essa prática, considerada crime, no estudo “Furto de energia: Perdas não técnicas”. O material explica de que forma os custos com furtos impactam a tarifa de energia de todos os consumidores regulares do país.

De acordo com o presidente da Abradee, o sistema elétrico brasileiro trata diariamente com diversos tipos de perdas de energia, mas parte delas é técnica, ou seja, característica ao transporte e transformação da eletricidade. A outra parte é originada de ligações irregulares, fraudes e erros de medição ou faturamento, que, segundo o estudo da Abradee, teve um crescimento de 16,02% em 2024.

A segurança da população também é comprometida: em 2024, 45 pessoas perderam a vida e 69 ficaram feridas em acidentes relacionados a furtos ou ligações clandestinas, segundo o levantamento da Abradee. Marcos Madureira faz um alerta.

"Uma pessoa que faz um furto de energia elétrica, ela coloca em risco não só ele que está praticando aquilo, quanto as pessoas que estão no entorno. Mas é necessário que toda a sociedade se integre para que possa estar ajudando a identificar quem está praticando esse tipo de situação e compreendendo que aquele que furta energia elétrica está prejudicando os que de fato estão pagando energia elétrica"

De acordo com a Aneel, em 2024, foram registradas quase 89 mil interrupções no fornecimento por roubo de energia, com cada uma delas com duração média superior a 8 horas.

As empresas têm buscado identificar e coibir os furtos com o uso de tecnologia, incluindo equipamentos mais resistentes e inteligência artificial.

Fonte: Radioagência Nacional
Esta notícia foi publicada respeitando as políticas de reprodução da Radioagência Nacional.
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